Ser Papo acima de tudo
GeralQuem não sabe que nascer juventudista é um privilégio? Pois eu gozo desta primazia inexcedível! Antes de balbuciar “mamãe” ou “papai”, eu me declarava sabem o quê? Torcedor do “VEJENTUDE”. Sim, senhores e senhoras, era o jeito que eu achava que sab
Quem não sabe que nascer juventudista é um privilégio? Pois eu gozo desta primazia inexcedível! Antes de balbuciar “mamãe” ou “papai”, eu me declarava sabem o quê? Torcedor do “VEJENTUDE”.
Sim, senhores e senhoras, era o jeito que eu achava que sabia pronunciar o nome do nosso sagrado clube. Nunca me esqueci e sempre me lembrei.
Porque, também, não dá para deixar de se pertencer, a essa colossal grei que constitui a fantástica “Papada”.
Eu tenho um imenso e incomensurável orgulho dentro do meu coração verde e branco de amar o Juventude.
Fundado no longínquo 1913, em meio a muitas adversidades da época, num lugarejo ainda provinciano, nosso clube conseguiu alcançar destaque em todo o país e no exterior.
Enfrentamos de igual para igual os mais poderosos clubes brasileiros. E contra eles, nos sagramos campeões em pleno Maracanã, com mais de cem mil espectadores.
Da mesma maneira, bailamos no Beira-Rio e, vencendo o campeonato, fomos os primeiros a quebrar a hegemonia da dupla Grenal. Sempre dando lições e ensinando os atalhos para os demais.
Nos campeonatos de nossa cidade, sobre 34 competições, “só” levantamos o “caneco” em 23 ocasiões, restando, portanto, onze, apenas, para os outros se lambuzarem...
“Libertadores da América” é coisa nossa. O único do interior gaúcho a disputar esse importante certame.
Excursão amplamente vitoriosa pelos gramados do Oriente Médio, foi o Juventude, entre todos os gaúchos, o primeiro a realizar e de lá voltar absolutamente invicto!
Por nossas hostes, nada menos do que oito treinadores dirigiram a seleção brasileira, fosse a principal ou as de grau mais inferior: Luís Felipe Scolari, Emerson Leão, Sebastião Lazzaroni, Mano Menezes, Ricardo Gomes, Carlos Froner, Gilson Nunes e Murtosa. Além de Valdir Moraes, preparador de goleiros e Darlan Schneider, treinador físico. Inclua-se entre eles, nomes da alçada de Ênio Andrade, Tite, Daltro Menezes, Walmir Louruz, Lori Sandri, Geninho e tantos outros!
Por outro lado, na particular estatística dos clássicos da cidade, confrontando-se com o coirmão Ser-Caxias, acumulamos um número considerável de vitórias a favor e muito mais gols assinalados.
As três maiores goleadas no “Ca-JU” são também de nossa propriedade: 7x2 (1941); 6x0 (1949) e 5x0 (1961).
Igualmente, o “gol mais rápido”: Mário Lopes, aos 14 segundos (agosto de 1956). Jogo que eu vi e ninguém me contou. O gol contra a goleira da Curva Norte – a do Mato Sartori.
E o que mais? Muito mais! O clube do interior gaúcho que disputou em quantidade maior a Série A do país: 15 vezes! Quando os “mais próximos” participaram de somente três...
Mais ainda: o clube do interior gaúcho que mais vezes chegou às finais do Gauchão e mais vezes foi Campeão do Interior!
Isso é sina de clube triunfante. É predestinação pura! É DNA!
E ainda, me desculpem, há quem queira, por pura teimosia ou obcecado desejo, não considerar o JUVENTUDE como a real terceira força do Rio Grande do Sul!
Ora, isso se chama “ranking”, em sua melhor e mais justa acepção. Ranking baseado em fatos e números. Todos incontestáveis e irretorquíveis.
Nem vou precisar mais perder o meu tempo.
Tão somente para proclamar a minha felicidade de ser Papo. De torcer para o Juventude. De dispor do enorme prazer de comemorar nosso PRIMEIRO SÉCULO.
Convido a todos para cantar o “PARABÉNS PRÁ VOCÊ”, tanto no Alfredo Jaconi, na sexta-feira, dia do memorável encontro internacional frente ao Nacional de Montevidéu e, na noite seguinte, do abençoado 29 de julho, no gigantesco jantar comemorativo.
Quem for PAPO DE VERDADE não pode ficar de fora!