26/04/2010

Bate - PAPO Francisco Michielin

Bate - PAPO Francisco Michielin


PRESTEM ATENÇÃO, POR FAVOR!

     Preciso esclarecer, aliás, deixar claro, claríssimo, que não tenho, em meus depoimentos, o menor compromisso com a Direção do nosso amado JU. Tenho bom relacionamento, amizades que prezo, mas, acima de tudo está o clube, essa instituição quase centenária. Quando abordei alguns fatos, não foi com a intenção de colocar panos quentes. Apenas, sim, observando pela minha ótica de torcedor, que devemos dar um crédito de confiança e não ficarmos fazendo mil cobranças. Lembrem-se que temos tempo suficiente, ainda falta bastantinho tempo e a nós só nos resta manter acesas as esperanças.

E ANTIGAMENTE?

     O pessoal da nova geração, cada um na sua, quer vitórias e conquistas. Eu também, ora bolas. Mas, sou da época em que o JU nem disputava o Gauchão e sim, tão somente, o Campeonato da Cidade e, depois, os regionais. Muito bem. Abrimos portas, avançamos fronteiras, ocupamos o Brasil inteiro. Verdade absoluta e indesmentível. Mas não somos, ainda, nenhum dos grandes clubes que, ainda por cima, estão nas maiores metrópoles e bajulados, diariamente, pela Mídia. Bajulados e babados. Então, diante de todo esse longo curso, não é para se ter paciência?

QUEM QUISER QUE MUDE DE CAMISA –

     Compreendo a irritação que é parceira da ansiedade. Ou vocês acham que eu também não quero um time de categoria, raça e vencedor? Pelo amor de Deus! E saibam, se é que não sabem, que cobro isso, todo o santo dia de nossos diretores. Quando falei em reforços e até em surpresas não mencionei por minha boca ou vontade pessoal. Foi dito a mim. Logicamente, que vou esperar. Depois, se não for o que espero e penso, já escrevi, não ficarei em silêncio. Apenas me manifestarei no momento preciso, se for o caso. E tomara que não seja!

     Agora, por gentileza, me acompanhem e me contestem, se analisarem diferentemente e reparem que vou fazer apenas uma perguntinha: quem ganha, costumeiramente, os campeonatos nacionais ou estaduais? Quem mesmo? – me digam e me respondam.

    Infelizmente, eu já aprendi: no Rio, os quatro grandes. O mesmo em São Paulo. Ou em Minas. Ou na Bahia. Ou em Pernambuco e mais lamentável, por aqui, a dupla Grenal. E na Europa, então? Juventus, Inter e Milan dominam a Itália. Na Espanha, ou dá Barça ou dá Real. Em Portugal, Benfica, Porto e às vezes o Sporting. Na Inglaterra, são também, três ou quatro. E parou por aí.

    Onde é que eu quero chegar se é que vocês não concluíram igualmente? Que nós, dos clubes medianos, não podemos nutrir grandes aspirações ou estúpidas ilusões. A Série A era um prato cheio, mas a maioria queria mais. A Série B não estava mal, mas ficamos arrogantes e exigentes. Deu no que deu.

    Portanto, sem querer bancar o  falso profeta ou o professor de araque, lhes digo: quem quiser continuar torcendo pelo Juventude tem que ter a noção exata de nossa dimensão. Saber o que podemos alcançar e dos nossos limites.

    Fora disso, é conversa mole. É esperança no desespero. Um sonho longínquo. Sei que é ótimo sonhar e conquistar. Mas, de que jeito?

    Ao ser fundado, no remoto 1913, ninguém imaginou que o Juventude conquistasse o Brasil. Mas nós ainda achamos que é pouco. De repente, nem iremos mais ao Alfredo Jaconi. Ficaremos em casa, achando tudo muito ruim. Bem que o diabo gosta.