09/09/2010

PERIQUITO por Mário Grazziotin

PERIQUITO por Mário Grazziotin


ESCOLHA
Quando eu disse sim para o Juventude, eu disse não para todas as outras escolhas, fui viver numa selva de pessoas alegres, onde a mais solitária solidão não existe, onde tenho amigos e não preciso de deuses para pensar meus próprios pensamentos, todos nos ajudamos semeando a semente verdoenga nos cérebros que surgem.
Juventudista não nasce, estréia. E estréia espetando o ar com o dedo para dizer que está em fileira cerrada com toda a torcida marchando em direção às vitórias, aos títulos, como o de 1999, conquistado no Maraca e que por aqui só o Juventude tem. E não adianta a vontade dos adversários mais próximos querer retroagir para mudar, eles que coloquem tubos no peito a fim de sugar suas angústias, nós somos os campeões.
Há coisas que se adivinham sem dificuldade principalmente quando se chega à maturidade, por exemplo, quando o ladrar de certos cães já é de frustração, longe de ser de ameaça. Uma versão da verdade diz que o maior prazer de um homem inteligente é bancar o idiota diante de um idiota que banca o inteligente. O idiota que se faz de sabido, busca justificar a prorrogação de seis minutos no final de uma partida. Quanto mais ele fala, mais parece o que realmente é e menos convence.
Atirar vaias pela boca na direção do árbitro foi uma alternativa, pena ele ter ido embora sem conhecer um menino que pediu à mãe que o levasse de volta ao hospital para desnascer por não ter sido batizado juventudista.
Rio, 09/09/10