13/09/2010

PERIQUITO por Mário Grazziotin

PERIQUITO por Mário Grazziotin


MOTU PRÓPRIO
No domingo que passou o nevoeiro começou como uma campânula que abafa os sons fazendo deles o que faz com as imagens. É o estilo Caxias do Sul da costumeira umidade que se torna palpável, mastigável, mas depois desanuviou, porque agora temos um horizonte e ele é possível de ser alcançado por nossas próprias pernas.
Não sei se o Norberto Gubert é mais juventudista que seu filho Rafael. Não conheço unidade de medida para mensurar paixão verdoenga, mas sei que um e outro são idênticos e desiguais, ambos sabem que o melhor mestre é aquele que aprende com seu discípulo. O Norberto acompanhava o pai e o Rafael, disse o jornal, aprendeu com o avô materno e cada um deveria se tornar um ‘eu’ mas antes fez fila em ‘nós’, na torcida do Papo. Ambos têm sabedoria, são partes de um todo.
O próximo final de semana é para remendar rasgos: ganhar usando as próprias pernas, sem sobra de tempo para pensamentos sombrios, fazendo como o Rafael, concentrando-se na vontade de vencer, porque o desejo aplaca o medo. É o que nós da torcida podemos fazer. O demais e fundamental fica por conta do Beto Almeida e dos nossos jogadores. Se cada um deles puder fazer uma parcela do que o ídolo Doroteo Silva fazia, construindo um muro de tijolos inteligentes, uma barreira na defesa, terá chegado nossa hora de deixá-los sem fala. O JU viveu o purgatório da segunda e está vivendo o da terceira divisão, não quero o inferno, por isto para o próximo embate vou me incorporar de camisa verde a Rafaéis e Norbertos, estarei no céu e na terra, serei molde e moldado, côncavo e convexo, coração e pulmão.